Sessão na Câmara não acontece por falta de quórum e presidente da casa afirma que “obstrução de sessão faz parte do parlamento".
Para a vereadora Elisabeth Nogueira, falta de quórum mostra descompromisso da atual gestão com o povo
Dos 15 vereadores que representam a população na Câmara Municipal de Grajaú, apenas quatro compareceram à sessão plenária desta terça-feira, 7. Hoje seriam tratados diversos assuntos: lei da micro e pequena empresa, contrato com o Hospital São Francisco de Assis, projeto do Dia do Evangélico.
Elisabeth Nogueira dos Santos (PV); José Arão Marizê Lopes (PMN), Clóvis Pombo (PT) e Marinaldo do Gesso (PT). Estes foram os parlamentares que compareceram à casa legislativa, número insuficiente para ser realizada sessão, já que o mínimo necessário são cinco parlamentares, conforme o regimento interno da casa. A sessão que deveria começar às 9h e ser transmitida ao vivo para toda a Grajaú não aconteceu. Às 9h20, o presidente da Casa, Marinaldo do Gesso, declarou encerrada a sessão. Faltou um parlamentar para que o ato ocorresse. José Jairo (PMDB) chegou atrasado, logo após este momento.
Para o presidente, Marinaldo do Gesso, a falta de quórum é normal e acontece em qualquer casa legislativa do país. “Os vereadores estão em outras missões, acredito eu. Irão justificar suas ausências, mas a questão de obstrução de sessão faz parte do parlamento. O legislativo é composto por parlamentares e há sempre as negociações na base do governo em questões de votações e sessão. Hoje tínhamos aqui em Grajaú o contrato do Hospital São Francisco e o prefeito pediu a presença de alguns vereadores nesse ato. Alguns parlamentares estão em Imperatriz, outros em Brasília em prol do manifesto pela emancipação do povoado Alto Brasil e, hoje, como acontecia nas sessões passadas onde eu fui oposição por quatro anos, houve várias obstruções por parte do governo e várias sessões”.
A vereadora Elisabeth Nogueira quis falar imediatamente com a imprensa após o presidente da casa encerrar a sessão que não aconteceu. “Nós estamos aqui hoje na Câmara Municipal de Vereadores, depois de tantos feriados, de três semanas sem trabalhar e mais uma vez não houve quórum. Tudo isso foi combinado. Os vereadores não vieram porque não têm o respaldo para se defender, sabendo dos problemas que hoje acalentam a nossa cidade. E aqui estamos somente eu, vereador Arão, Clóvis Pombo e Jairo que me ligou e disse estar chegando”.
Nas Rádios Aliança e Cidade, Elisabeth e José Jairo protestaram contra a falta de quórum para a realização da sessão desta terça-feira. “Este governo está um caos. Tenho 40 anos, 16 na política e quatro mandatos e nunca tinha visto a situação de Grajaú como está:já estamos em maio e 90% das escolas não estão funcionando regularmente. Na zona rural 99% também não funcionam. Qual é a justificativa? Hoje se demonstrou a falta de compromisso e a incompetência. Esse governo está perdido e nunca se encontrou. Não se encontram porque não têm compromisso com a sociedade”, sublinhou Jairo. Ainda de acordo com ele, em Grajaú “o transporte escolar não existe. Diretores e professores estão abrindo portão para os alunos entrar por falta de vigias. Não tem merendeira. É lamentável. Saúde nos postos e na zona rural, não há. Nem remédio”.
Elisabeth, por sua vez, alfinetou o governo Otsuka frisando que shows e festas não alimentam o povo de Grajaú. “Este é o Governo que faz shows e festas para o povo esquecer as mazelas. Meu compromisso é com a sociedade. Não tenho compromisso com o atual prefeito nem com prefeitos anteriores. No show do Amado Batista ele (prefeito) foi expulso do palco. Muito bonito para cara dele. O povo do Bairro “Quem Dera” está sem água. Isso ele não vê. Eles adiaram essa sessão, mas não poderão adiar sempre. Uma hora vamos poder falar”.
Arão Marizê lamentou a ausência dos companheiros de parlamento, mas não afirmou que poderia tratar-se de uma falta planejada. “Eu acho estranho a ausência dos outros vereadores. Não sei se foi algo combinado, mesmo por que eu não presenciei nenhuma reunião antecipada deles, mas de fato a pauta estava extensa. Tem a situação da saúde que está delicada, tem também a educação que é outro complicador e outras situações de ordem do município”, disse Marizê, que completou. “Amanhã será um dia imprevisível com essa atitude aí da bancada do governo, com exceção do presidente Marinaldo do Gesso e do Clóvis Pombo, que estavam aí, mas, se continuar dessa forma, possivelmente corremos o risco de não termos, novamente, o número necessário de vereadores para a sessão de amanhã”.
Clóvis Pombo disse não acreditar em montagem dos parlamentares da situação e até arriscou um palpite numa possível missão mais importante dos vereadores faltosos. “Eu não acredito em montagem desse tipo porque os vereadores foram eleitos pelo povo. E eu não tenho como acreditar que o povo chega até esse ponto. Inclusive o Jairo que é da oposição não estava aqui. Eles devem ter outra missão mais importante a cumprir porque não dá para entender”.
Fonte: Site Grajaú de Fato
Nenhum comentário:
Postar um comentário