quinta-feira, 5 de setembro de 2013

SELEÇÃO BRASILEIRA

Lucas perde posto de xodó, fica na berlinda e vê lugar na Copa ameaçado
Meia-atacante do Paris Saint-Germain vai ficando sem espaço com Felipão e vira quarta opção na seleção brasileira. Ansiedade estaria atrapalhando.

“Lucas, Lucas, Lucas...”. Bastava a seleção brasileira errar um passe aqui, perder um gol acolá e o nome do jovem meia-atacante, de 21 anos, era entoado com força pela torcida até recentemente. Em maior escala nos jogos no Brasil, é verdade, mas também no exterior. O fato é que depois de 28 jogos e apenas quatro gols marcados, o jogador do Paris Saint-Germain vê o sonho de disputar a Copa do Mundo ameaçado.

Felipão já deixou claro que o grupo para o Mundial de 2014 ainda não está fechado, mas aos poucos, em suas atitudes, ele evidencia aqueles que estão com a vaga bem encaminhada. Da mesma maneira, o pentacampeão dá indícios àqueles que estão na berlinda. Lucas é um deles. E a provável escalação para o amistoso de sábado, contra a Austrália, em Brasília, aponta para isso.
comemoração Lucas, Brasil e França (Foto: Mowa Press)
Se estivesse em boa fase ou tivesse aproveitado bem as chances que teve com Mano Menezes e com Felipão, seria natural imaginar que Lucas substituiria o cortado Hulk nos próximos amistosos (o Brasil ainda encara Portugal, dia 10, em Boston, nos Estados Unidos). Mas não. Bernard, novidade na convocação para a Copa das Confederações, foi quem ganhou a confiança de Scolari.

Ainda na competição, vencida pela Seleção em junho, o técnico da Seleção deixou clara sua preferência pelo agora jogador do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Felipão até colocou Lucas para jogar no segundo tempo das partidas contra Japão e México, mas depois disso elogiou Bernard publicamente (“O guri tem alegria nas pernas”) e o pôs nos três jogos seguintes (Itália, Uruguai e Espanha).
Lucas Treino Seleção (Foto: Mowa press)
No treinamento da última quarta-feira, no Centro de Capacitação Física do Corpo de Bombeiros de Brasília, Felipão deu mais indícios de que Lucas perdeu espaço na seleção brasileira. Não só por colocar Bernard de titular na vaga de Hulk, mas principalmente por testar o recém-chegado Pato nessa mesma posição no segundo tempo do coletivo. O meia do Paris Saint-Germain sequer atuou entre os titulares.

Felipão gosta de Lucas. Do contrário não o convocaria. Mas até agora a atuação do garoto tem chamado mais atenção fora do que dentro de campo. Internamente, o técnico elogia a postura, o comprometimento e a disciplina do meia-atacante, formado no São Paulo, mas quando o coloca para jogar não vê a mesma desenvoltura. Gradativamente, então, o técnico o tem deixado de lado.

O histórico de Lucas na seleção brasileira principal mostra que poucas vezes ele conseguiu ser titular. Até agora foram 28 partidas, apenas sete delas como titular. Todas com Mano Menezes. Na nova era Felipão, o meia-atacante participou de seis jogos. Em todos eles entrou no segundo tempo. Há quem diga na CBF que a ansiedade de querer mostrar serviço tem atrapalhado o garoto.

Apenas como comparação, dois outros jogadores promissores, contemporâneos de Lucas, que atuou apenas 898 minutos com a amarelinha, tiveram trajetórias bem mais consistentes na Seleção. Neymar, por exemplo, soma 3378 minutos jogados, com 40 jogos e 24 gols. E Oscar, que assim como Lucas surgiu nas categorias de base do São Paulo, atuou por 1690 minutos, com 23 jogos e seis gols.

A oito meses da convocação final para a Copa do Mundo de 2014, Lucas terá de acordar para mostrar para Luiz Felipe Scolari que merece uma oportunidade. Até porque sua fase no Paris Saint-Germain também não é das melhores. Nesta temporada, no Campeonato Francês, ele participou dos quatro jogos, dois como titular e dois como reserva, entrando no segundo tempo. Ainda não fez gol.

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